Linhas Paralelas, Arte e Literatura
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Textos

Era comum fazer um bolo de chocolate, 

Misturar ovos, farinha, leite condensado e rir da massa grudando nos dedos.

Agora é medo!

 

Era simples. Quase automático.

Hoje, cada ingrediente virou cálculo, renúncia, ansiedade.

O leite condensado virou artigo de luxo.

E o tempo… bem, o tempo virou peso.

E no noticiário: só guerra e maldade. 

 

Era normal amar, namorar sem paranoia, sem cobrar, 

Trocar olhares, planejar domingos, rir do silêncio.

Hoje, o amor parece um conto distante, lido por cima,

em alguma rede social onde todos parecem felizes —

mas feliz ninguém está.

Sempre parece que o mundo está 

Prestes a acabar. 

 

As pessoas estão doentes.

Não só no corpo, mas na mente,

na alma, nos gestos,

Ansiedade e pânico,

As pandemias do século.

 

Antes, aguentávamos

oito horas de trabalho,

ônibus lotado

e ainda

ríamos no fim do dia.

 

Agora, o corpo grita, a mente trava,

o coração falha.

Todo mundo não aguenta mais 

Trabalhar de nada. 

 

Vivíamos esperando o fim de semana.

Hoje, só esperamos… que o mês acabe.

Ou que comece logo.

Ou que passe.

Ou que algo mude.

Mas nada muda.

Até o dia 20 

O salário não dura. 

 

As casas estão frias.

Não pela temperatura,

mas pela ausência do bolo

cobertores, sorrisos.

Tudo falta. 

E a cada dia que passa

Os preços vão subindo:

Arroz com linguiça picada 

É o cardápio fixo.

 

Há três anos tudo ficou estranho.

A comida dá dor.

O sono não vem.

Os relacionamentos não duram.

As notícias apavoram.

E a Terceira Guerra antes ideia remota 

Agora bate a nossa porta. 

 

As pessoas desconfiam de tudo.

E todos estão tão exaustos…

tão emocionalmente quebrados

que até pensar virou esforço.

Cansado é o corpo. 

 

Estamos sobrevivendo, não vivendo.

E fingindo que tudo é normal.

 

Mas eu lembro.

Lembro do cheiro do bolo

quente na cozinha.

Do carinho simples.

Do pão dividido.

Do amor possível.

Sem mentir 

Digo sem esperança 

Tudo isso virou só lembrança. 

 

Talvez Jesus esteja às portas.

Talvez essa seja a travessia antes da cura.

Talve esse mundo esteja 

Querendo nos dizer 

Que já  não tem mais nada a nos oferecer.

 

E que tudo o que vale a pena…

virá depois.

 

Linhas Paralelas e Jamila Mafra
Enviado por Linhas Paralelas e Jamila Mafra em 05/07/2025
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