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Em apenas uma semana, cidades inteiras foram reduzidas a ruínas. Tel Aviv, uma das mais modernas metrópoles do Oriente Médio, experimentou em poucos dias o colapso de sua normalidade. Do outro lado, centros urbanos iranianos também desmoronam sob a chuva de drones e mísseis. A velocidade da destruição assusta — não são mais necessárias tropas, campos de batalha ou guerras longas. Agora, bastam cliques, códigos e bilhões investidos em armamentos.

 

A ironia cruel é que para destruir, o dinheiro aparece. Para reconstruir, ele desaparece.

Milhões — bilhões de dólares — surgem em instantes quando o objetivo é o conflito, a retaliação, o extermínio.

Mas para erguer escolas em vilarejos da África, sistemas de esgoto na América Latina, hospitais no Sudeste Asiático? A resposta global é silêncio. A agenda política é inércia.

 

Enquanto civis fogem pelas estradas, carregando apenas a roupa do corpo, crianças de todas as partes do mundo continuam morrendo por doenças simples, como diarreia, infecções respiratórias, desnutrição — problemas que já têm solução há décadas, mas que não recebem nem 1% da atenção que um drone militar recebe.

 

As ruínas crescem. A poeira cobre as promessas de paz. A reconstrução é sempre adiada.

O planeta se tornou um lugar onde:

 

Bombas são produzidas em massa, mas antibióticos faltam nos hospitais.

 

Satélites militares vigiam o céu, mas crianças estudam em salas sem teto.

 

Robôs de guerra operam com inteligência artificial, mas pessoas bebem água contaminada.

 

O desequilíbrio é brutal. E a verdade é clara: nos especializamos em destruir.

 

A cada explosão, uma lembrança é apagada. A cada prédio que desaba, um futuro é enterrado.

É um mundo onde a capacidade de matar evolui, mas a vontade de curar regrede.

 

Talvez o verdadeiro fim não venha com uma bomba, mas com a perda completa da compaixão humana.

E nesse cenário, o silêncio diante da dor — tanto de Tel Aviv quanto dos vilarejos esquecidos — é o mais ensurdecedor dos gritos.

 

Linhas Paralelas
Enviado por Linhas Paralelas em 21/06/2025
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