Se hoje uma mulher conhecida por escândalos, vestida de forma provocante, invadisse uma ceia religiosa e se ajoelhasse diante de um homem santo, beijando seus pés, passando perfume e enxugando com os cabelos soltos - o que pensaríamos?
Chocante, indecente, inapropriado?
Pois foi exatamente isso que aconteceu em uma casa farisaica, no tempo de Jesus.
O gesto que silenciou os religiosos
A mulher era conhecida na cidade como pecadora.
Provavelmente adúltera, talvez prostituta.
Sem convite, ela entra no jantar de homens religiosos, aproxima-se de Jesus, e com lágrimas e perfume unge os Seus pés.
Mas não para por aí.
Ela solta os cabelos - um gesto íntimo e exclusivo do ambiente conjugal - e os usa para enxugar os pés Dele.
Beija. Chora. Entrega tudo o que é.
O escândalo aos olhos da época
Naquele tempo:
. Uma mulher não podia tocar um homem em público, muito menos se fosse considerada "impura".
. Soltar os cabelos em público era visto como sinal de sedução ou indecência.
. Beijar os pés de alguém era ato de rendição profunda, quase conjugal.
O gesto foi tão escandaloso quanto seria hoje uma figura polêmica de biquíni e chicote invadindo
uma ceia de Natal e ajoelhando-se diante de um líder religioso.
Sim, aos olhos dos convidados, foi um ultraje.
E todos esperavam que Jesus a afastasse, ou ao menos a repreendesse.
Mas Ele fez o oposto.
O escândalo verdadeiro foi a graça
"Ela muito amou... por isso seus muitos pecados foram perdoados."
(Lucas 7:47)
Jesus não apenas aceitou o gesto - Ele o exaltou.
. Onde os homens viram escândalo, Ele viu entrega.
.Onde viram vulgaridade, Ele viu arrependimento.
. Onde viram uma mulher caída, Ele viu a mais pura expressão de amor.
Reflexão final
O escândalo não foi o gesto da mulher - foi a dureza dos que a julgaram.
Jesus enxergou beleza onde os homens viam vergonha.
E até hoje, Ele continua fazendo o mesmo:
acolhendo quem ama em verdade,
mesmo que o amor venha chorando, despenteado, e de joelhos no chão.